BY: ADEMILDO ALVES
SOB A LUA E AS ESTRELAS ,OUVIA
HISTÓRIAS, DORMIA CEDO,
CONFIAVA EM TODOS, NÃO TINHA
MEDO,
MELHOR DIZENDO, SÓ UM POUQUINHO,
POIS PESADELO SE TEM DORMINDO. QUANDO
ACORDAVA, TODO SUADO, MINHA MÃE COMIGO E MEU PAI DO LADO, DAQUELE TEMPO ME LEMBRO
BEM, DE MANHÃ CEDO O ASSOBIADO, ERA O
MEU PAI, QUE MADRUGAVA, E COM AQUELE
GESTO NOS ENSINAVA.
O MATAPASTE, CIPÓ, MUFUMBO, FOI NOSSA FLORA, COM FLOR E TUDO
O AZULÃO, COM SEUS AMIGOS, CANTAVAM BEM, ERA TÃO LINDO!
FAUNA DIVERSA, MEU LUGAR TINHA, TINHA CIBITES E MUITA ROLINHA,
QUE NA SECA BRABA A
GENTE COMIA.
FALEI UM POUCO DO MEU
LUGAR
E AINDA TENHO MUITO A FALAR
SUA GEOGRAFIA, QUE
COISA LINDA!
ESTRIBO, BARRA, LÁ
FOI MEU LAR.
NAQUELAS TERRAS EU JÁ FALAVA
QUE UM SONHADOR EM MIM BROTAVA
BIVÓ CHIQUINHA, TIA CEZÁRIA
OUVINDO AQUILO ME ABENÇOAVAM
DE CAUSO EM CAUSO,
NÃO ME CALEI
CAJU, CASTANHA, CARRO
COMPREI
ERAM METÁFORAS DE UMA CRIANÇA
QUE NÃO TINHA AINDA
NENHUM DIPLOMA.
MAS TUDO BEM, SÓ ESTOU SAUDOSO
DAQUELA FASE QUE TANTO CURTI
ERA PEQUENO, ERA CRIANÇA
MAS QUEM NÃO LEMBRA DA SUA INFÂNCIA.
DAS BRINCADEIRAS DA SUA IDADE
E DOS AMIGOS , OH,
QUE SAUDADE!
DE PÉS DESCALÇOS, DE
JEGUE ANDEI
E O BANHO DE RIO QUE LÁ TOMEI!
HOJE NÃO POSSO, O MUNDO É GRANDE
GRANDE DEMAIS, QUE ATÉ ME CANSO
MESMO CANSADO, PEGO CARONA
MESMO CANSADO, PEGO CARONA
NO POVO HUMILDE DAQUELA ZONA.
ALGUNS SAÍRAM,
VENCERAM A FOME
OUTROS FICARAM, NÃO
VIRAM FAMA
MAMÃE, PAPAI E TODA
FAMÍLIA
UM DIA DEIXARAM A
TERRA QUERIDA.
SE AVENTURANDO EM OUTRO LUGAR
JESUS NA GUIA SEMPRE A ORAR
BUSCAI O REINO QUE O RESTO VEM
NÃO SE PREOCUPE COM O QUE NÃO TEM.
FALANDO ASSIM PARECE
FÁCIL
SÓ PRA ALGUNS, OUTROS DISFARÇAM
SORRISO SIMPLES DE
GRATIDÃO
ERA COMUM COMUM LÁ NO
SERTÃO.
CRUZANDO O RIO LÁ DO CURÚ
EU VIA ALGUÉM TRAZENDO NAMBÚ
ERA O MEU PAI COM O SEU BORNAL
QUE TINHA SAÍDO AO AMANHECER
TRAZENDO MISTURA PRA GENTE COMER
DE NOITEZINHA LÁ NO
SERTÃO
O POVO REZAVA TANTA
ORAÇÃO
MINHA MÃEZINHA, MUITO
CATÓLICA
COMEÇOU CEDO, É
APOSTÓLICA.
DA CATEQUESE ÀS PASTORAIS
COMO ELA FEZ NINGUÉM MAIS FAZ
ONDE PASSOU, AMIGOS FEZ
FALOU DE TUDO SEM TIMIDEZ.
AGORA ESCREVO DA ZONA URBANA
ONDE MEUS PARES
SEMPRE RECLAMAM
DE UMA CIDADE, SEM
CARIDADE
ONDE O PROGRESSO É A
CALAMIDADE.
NA RUA, NA ESCOLA, EM CASA EU PEÇO
NÃO QUERO MAIS TANTO PROGRESSO
EM CANINDÉ, 170
E NO CONGRESSO? UM,
SETE, UM!
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