Johann F. Herbart nasceu em Oldenburgo, Alemanha, em maio de 1776, vindo a falecer em agosto de 1841, e trouxe grandes contribuições para pedagogia como ciência, emprestando rigor e uma certa cientificidade ao seu método. Foi o precursor de uma psicologia experimental aplicada à pedagogia. Foi o primeiro a elaborar uma pedagogia que pretendia ser uma ciência da educação. Em Herbart, o processo educativo se baseia, em seus objetivos e meios, na Ética e na Psicologia, respectivamente. Formou-se doutor com tese exclusivamente pedagógica.
O sistema educativo de Herbart é muito amplo e completo, aplicável desde a primeira infância até a adolescência. A educação concebida por Herbart aspira sobretudo a formar o indivíduo. É uma proposta de educação altamente moral, a qual enfatiza que o fim supremo da instrução é a moralidade e a virtude; é um processo de instrução moral onde o principal resultado esperado é moldar os desejos e a vontade das pessoas.
Sua proposta pedagógica se fundamenta na ciência e especialmente na psicologia e a educação se constrói sobre o "espírito" e não sobre sentimentos transitórios. A proposta de educação foi concebida para ser aplicada no âmbito da educação particular e não da educação pública.
O ponto de partida para a concepção psicológica de Herbart consistiu em que não existe faculdades da alma. Não admitia que existisse na origem nenhuma capacidade do espírito, nenhuma energia natural. Para ele, a teoria das faculdades foi tão somente uma mitologia. Na alma somente há experiências que se acumulam de forma sucessiva. O espírito em seu estado original é somente uma tábula rasa. Essa psicologia é o fundamento de sua pedagogia, cujas características gerais de seu sistema de educação serão: que do intelectualismo psicológico deriva um intelectualismo pedagógico que faz da instrução (aquisição de idéias), a única base da educação.
Segundo ele, a ação pedagógica se orienta por três procedimentos: o governo, a instrução e a disciplina.
O governo: é a forma de controle da agitação da criança, inicialmente exercido pelos pais e depois pelos mestres, com a finalidade de submeter a criança às regras do mundo adulto e viabilizar o início da instrução.
A instrução, é o principal procedimento da educação e pressupõe o desenvolvimento dos interesses.
O interesse determina quais as idéias e experiências que receberão atenção por parte do indivíduo. Herbart não separa a instrução intelectual da instrução moral, pois para ele, uma é condição da outra. Para que a educação seja bem sucedida é conveniente que sejam estimulados o surgimento de múltiplos interesses.
A disciplina é a responsável por manter firme a vontade educada, no caminho e propósito da virtude, supondo autodeterminação, que é uma característica do amadurecimento moral levando para a formação do caráter que está sendo proposta, ao contrário do governo, que é heterônomo e exterior, mais adequado ao trato com as crianças pequenas.
A principal função da educação em uma sociedade é a aquisição de idéias por parte dos alunos. A idéia chave de sua pedagogia é que a instrução é a base da educação. Não lhe interessava se a educação fortaleceria a a democracia ou a cultura política. Seu interesse concentrava-se em formar pessoas muito mais que cidadãos. Não são duas educações distintas, uma educação intelectual e uma educação moral. A natureza da mente é una, portanto só há uma educação: a educação através da instrução, da instrução educativa.
O ponto culminante de sua doutrina pedagógica é conseguir a "liberdade interior", cujo significado é que a criança se liberte de todas as influências do exterior e se converta em um ser autônomo, capaz de buscar e retirar de seu interior as regras de conduta e os preceitos morais.
A educação se constrói sobre o "espírito" e não sobre os sentimentos transitórios.
Sua proposta foi concebida para ser aplicada no âmbito da educação particular e não da educação pública.
Criticava duramente a educação uniforme ministrada à crianças muito desiguais (moral e intelectualmente) das escolas públicas.
Concepção de Professor: o professor ideal devia ser extremamente carismático, possuir uma personalidade adequada para gerar o interesse pela aprendizagem. Considerava o educador tão essencial que o definia como um "artista" que tem como missão educar o "ser íntimo" da criança.
Concepção de Aluno: parte do pressuposto que os "espíritos" humanos são tábulas rasas, sem qualquer conteúdo, o qual deve ser adquirido através do processo de ensino.
Concepção de Valores: a cultura moral que forma a vontade é considerada mais importante que a cultura intelectual, donde se denota sua concepção de educação intimamente vinculada ao ensino da moral.
Método de Instrução
Herbart propõe 5 passos formais que favorecem o desenvolvimento da aprendizagem do aluno:
preparação: o mestre recorda o que a criança já sabe para que o aluno traga ao nível da consciência a massa de idéias necessárias para criar interesse pelos novos conteúdos;
apresentação: a partir do concreto, o conhecimento novo é apresentado;
assimilação: o aluno é capaz de comparar o novo com o velho, distinguindo semelhanças e diferenças;
generalização: além das experiências concretas, o aluno é capaz de abstrair, chegando a conceitos gerais, sendo que esse passo deve predominar na adolescência;
aplicação: através de exercícios, o aluno evidencia que sabe usar e aplicar aquilo que aprendeu em novos exemplos e exercícios. É deste modo, e somente deste modo, que a massa de idéias passa a ter um sentido vital, perdendo o aspecto de acumulação de informações inúteis para o indivíduo.
Os fatores determinantes de sua influência no pensamento pedagógico foram: o caráter de objetividade de análise, a tentativa de psicometria, o rigor dos passos a serem seguidos para a instrução e a sistematização que imprimiu ao seu método.
Para ele, o conhecimento é dado pelo mestre ao aluno, de modo que só mais tarde o aplica a experiências vividas, é uma educação pela instrução, neste caso, com um caráter intelectualista.
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