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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Lev Vygotsky - Segundo ele, a evolução intelectual é caracterizada por saltos qualitativos de um nível de conhecimento para outro. A fim de explicar esse processo, ele desenvolveu o conceito de ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL, que definiu como a "distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes". Trocando em miúdos, Cláudia Davis diz: "A zona proximal é a que separa a pessoa de um desenvolvimento que está próximo, mas ainda não foi alcançado'. DESENVOLVIMENTO REAL é determinado por aquilo que a criança é capaz de fazer sozinha porque já tem um conhecimento consolidado. Se domina a adição, por exemplo, esse é um nível de desenvolvimento real. ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL é a distância entre o desenvolvimento real e o potencial, que está próximo mas ainda não foi atingido. O MEDIADOR é quem ajuda a criança concretizar um desenvolvimento que ela ainda não atinge sozinha. Na escola, o professor e os colegas mais experientes são os principais mediadores. DESENVOLVIMENTO POTENCIAL é determinado por aquilo que a criança ainda não domina, mas é capaz de realizar com auxílio de alguém mais experiente. Por exemplo, uma multiplicação simples, quando ela já sabe somar

          A obra do psicólogo russo que ressaltou o papel da sociedade no processo de aprendizado ganha destaque com as comemorações do centenário de seu nascimento e a expansão do socioconstrutivismo
No interior da Rússia pós- revolucionária, nos anos 20, um professor de ginásio que amava as artes se fazia uma pergunta fundamental: como o homem cria cultura?
 Dono de uma inteligência brilhante, ele buscou a resposta na Psicologia e acabou por elaborar uma teoria do desenvolvimento intelectual, sustentando que todo conhecimento é construído socialmente, no âmbito das relações humanas.
 O nome do professor era Lev Vygotsky e sua obra é hoje a fonte de inspiração do sócioconstrutivismo, uma tendência cada vez mais presente no debate educacional. A repercussão que o pensamento de Vygotsky vem obtendo possui a força de uma redescoberta.
 Nascido há um século, morreu em 1934, aos 37 anos. Sua obra enfrentou décadas de silêncio imposto pelo regime stalinista. Apenas em meados dos anos 60 seus livros chegaram ao Ocidente. Só então o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), lamentando que os dois não tivessem se conhecido, leu e comentou os elogios e as críticas que Vygotsky lhe fizera em 1932.
Natureza social
 
No Brasil, Vygotsky é estudado há pouco mais de uma década. Segundo a pedagoga Maria Teresa Freitas, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que pesquisou a difusão do trabalho dele por aqui, suas idéias chegaram no fim dos anos 70, trazidas por estudiosos que as conheceram no exterior. Mas sua obra só começou a ser divulgada, de fato, nos anos 80, ao mesmo tempo em que a linha educacional construtivista se expandia, impulsionada pela psicóloga argentina Emilia Ferreiro, discípula de Piaget. Embora não tenha elaborado uma pedagogia, Vygotsky deixou idéias sugestivas para a educação. Atento à "natureza social" do ser humano, que desde o berço vive rodeado por seus pares em um ambiente impregnado pela cultura, defendeu que o próprio desenvolvimento da inteligência é produto dessa convivência. Para ele, "na ausência do outro, o homem não se constrói homem".
Conhecimento e sempre intermediado

Para Vygotsky, a vivência em sociedade é essencial para a transformação do homem de ser biológico em ser humano. É pela APRENDIZAGEM nas relações com os outros que construímos os conhecimentos que permitem nosso desenvolvimento mental. Segundo o psicólogo, a criança nasce dotada apenas de FUNÇÕES PSICOLÓGICAS ELEMENTARES, como os reflexos e a atenção involuntária, presentes em todos os animais mais desenvolvidos. Com o aprendizado cultural, no entanto, parte dessas funções básicas transforma-se em FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES, como a consciência, o planejamento e a deliberação, características exclusivas do homem. Essa evolução acontece pela elaboração das informações recebidas do meio. Com um detalhe importantíssimo, ressaltado pela psicóloga Cláudia Davis, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP): "As informações nunca são absorvidas diretamente do meio. São sempre intermediadas, explícita ou implicitamente, pelas pessoas que rodeiam a criança, carregando significados sociais e históricos". Isso não significa que o indivíduo seja como um espelho, apenas refletindo o que aprende. "As informações intermediadas são reelaboradas numa espécie de linguagem interna", explica o pedagogo João Carlos Martins, diretor pedagógico do Colégio São Domingos, de São Paulo. "É isso que caracterizará a individualidade". Por isso a linguagem é duplamente importante para Vygotsky. Além de ser o principal instrumento de intermediação do conhecimento entre os seres humanos, ela tem relação direta com o próprio desenvolvimento psicológico. Maria Teresa Freitas resume: "Nenhum conhecimento é construído pela pessoa sozinha, mas sim em parceria com as outras, que são os mediadores".

      Segundo Vygotsky, a evolução intelectual é caracterizada por saltos qualitativos de um nível de conhecimento para outro. A fim de explicar esse processo, ele desenvolveu o conceito de ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL, que definiu como a "distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes". Trocando em miúdos, Cláudia Davis diz: "A zona proximal é a que separa a pessoa de um desenvolvimento que está próximo, mas ainda não foi alcançado'.
DESENVOLVIMENTO REAL
É determinado por aquilo que a criança é capaz de fazer sozinha porque já tem um conhecimento consolidado. Se  domina a adição, por exemplo, esse é um nível de desenvolvimento real
ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL
É a distância entre o desenvolvimento real e o potencial, que está próximo mas ainda não foi atingido
O MEDIADOR
É quem ajuda a criança concretizar um desenvolvimento que ela ainda não atinge sozinha. Na escola, o professor e os colegas mais experientes são os principais mediadores

DESENVOLVIMENTO POTENCIAL
É determinado por aquilo que a criança ainda não domina, mas é capaz de realizar com auxílio de alguém mais experiente. Por exemplo, uma multiplicação simples, quando ela já sabe somar


POR QUE O NOME SOCIOCONSTRUTIVISMO?

Esse termo (ou, como prferem alguns especialistas, sociointeracionismo) é usado para fazer distinção entre a corrente teórica de Vygotsky e o construtivismo Jean Piaget. Segundo Maria, ambos são construtivistas em suas concepções do desenvolvimento intelectual. Ou seja, sustentam que a inteligência é construída a partir das relações recíprocas do homem com o meio. Os dois se opõem tanto à teoria empirista (para a qual a evolução da inteligência é produto apenas da ação do meio sobre o indivíduo) quanto à concepção racionalista (que parte do princípio de que já nascemos com a inteligência pré-formada). Para o ser humano, segundo Vygotsky, o meio é sempre revestido de significados culturais. Por exemplo, o objeto armário (meio) não tem sentido em si. Só tem o sentido cultural) que lhe damos, como serr útil ou inútil, valioso ou não, rústico ou sofisticado e assim por diante. E os significados culturais só são aprendidos com a participação dos mediadores. O fator cultural, básico para Vygotsky, e pouco enfatizado por Piaget, é a diferença central entre os dois teóricos construtivistas. Ambos divergem também quanto à seqüência dos processos de APRENIDIZAGEM e de DESENVOLVIMENTO MENTAL. Para Vygotsky, é o primeiro que gera o segundo. Em suas palavras, "o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis". Piaget, ao contrário, defende que é o desenvolvimento progressivo das estruturas intelectuais que nos torna capazes de aprender (fases pré-operatóra ou lógico-formal).
A escola é inútil se fica só no que a criança sabe

Além do fato de ser professor, a preocupação de Vygotsky com a educação tinha também motivos políticos, pois era um de seus compromissos revolucionários. "Ele queria acelerar, pela educação, o desenvolvimento da Rússia, então atrasada e iletrada!", comenta Cláudia Davis. Coerentemente, sua teoria explica a evolução intelectual como um processo constante que pode ser impulsionado também com à ajuda externa.
"Nessa perspectiva, a educação não fica à espera do desenvolvimento intelectual da criança", diz João Carlos. "Ao contrário, sua função é levar o aluno adiante, pois quanto mais ele aprende, mais se desenvolve mentalmente. "Segundo Vygotsky, essa demanda por desenvolvimento é característica das crianças. Se elas próprias fazem da brincadeira um exercício de ser o que ainda não são, a escola que se limita ao que elas já sabem é inútil.
Priorizando as interações entre os próprios alunos e deles com o professor, o objetivo da escola, então, é fazer com que os CONCEITOS ESPONTÂNEOS, que as crianças desenvolvem na convivência social, evoluam para o nível dos CONCEITOS CIENTÍRICOS. "Nesse sentido, o educador assume o papel de mediador privilegiado na formação do conhecimento", explica Cláudia.

A obra de Vygotsky, que reúne cerca de setenta textos, só voltou a ser publicada na antiga URSS em 1956, mesmo assim parcialmente. Atualmente prepara-se a edição integral de todos os seus trabalhos. Além de dois de seus principais livros, o mercado brasileiro dispõe de dezenas de títulos, nacionais estrangeiros, a respeito de suas teorias. Veja algumas indicações bibliográficas:
A Formação Social da Mente, Lev Vygotsky, Martins Fontes, tel. (011) 239- 3677, 17,50 reais

Pensamento e Linguagem, Lev Vygotsky, Martins Fontes, tel. (011) 239- 3677,17,50 reais

Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem, Yygotsky, Luria e Leontiev, Ícone Editora e Editora da USP, tel. (011) 813-8837, 26 reais

A Linguagem e o Outro no Espaço Escolar - Vygotsky e a Construção do Conhecimento, Ana Smolka e Mari Cecilia Goes, Papirus, tel. (019) 231 3500, 18 reais

O Pensamento de Vygotsky e Bakhtin no Brasil,
Maria Teresa de Assunção Freitas, Papirus, tel. (0192) 570-2877, 19 reais

Psicologia na Educação, Claudia Davis e Zilma Oliveira, Cortez, tel. (011) 864-0111, 13,50 reais

Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento - Um Processo Sócio-Histórico, Marta Kohl de Oliveira, Scipione, tel. (011) 239-1700,13,40 reais

Vygotsky e a Educação, Luis Moll, Artes Médicas, tel. (051) 330-344,@ 39 reais

Vygotsky - Uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação, Teresa Cristina Rego, Vozes, tel. (011) 258-7070, 10 reais

Vygotsky - Uma Síntese, Renê Van Der Veer e Jaan Vaisiner, Loyola, tel. (011) 6914-1922, 30 reais


O professor conduz o aprendizado
O educador vygotskyano desempenha um papel ativo dentro da classe
As posições de Vygotsky sobre o papel da escola e dos educadores são a base das principais diferenças pedagógicas e didáticas entre o socioconstrutivismo e o construtivismo de inspiração piagetiana. Pouco preocupados com fases do desenvolvimento mental, os vygotskyanos propõem uma escola que 'puxe' pelo aluno, que o faça avançar. E traçam claramente o papel do professor como condutor do processo.
Já no construtivismo, o educador tem uma atuação mais discreta, agindo principalmente como um animador e apresentador de contra-exemplos para as descobertas que os alunos realizam à medida que atingem as sucessivas fases de desenvolvimento.
Algumas distinções entre as duas correntes já foram bem mais claras, principalmente nos anos 80, época da rápida difusão das idéias construtivistas. É que, num processo quase inevitável na popularização de teorias complexas, muitas interpretações simplistas, que não podem ser atribuídas a Piaget ou Emilia Ferreiro, acabaram aparecendo como princípios construtivistas. Isso resultou numa visão de que a construção do conhecimento é um processo isolado e espontâneo por parte da criança. O amadurecimento do construtivismo, mas também a crítica socioconstrutivista, contribuíram para uma correção de rumos em vários desses aspectos.



Como a teoria é aplicada na sala de aula

Alguns exemplos de práticas didáticas baseadas nos estudos vygotskyanos
Alfabetização
Não se pauta por fases (como pré-silábica ou silábica, que orientam o construtivismo). O objetivo é ampliar o universo de expressões da criança para facilitar a incorporação da escrita. A ênfase é na elaboração da fala, da escrita e da leitura como instrumentos simbólicos que repercutem no desenvolvimento mental.
O erro
Faz parte do processo de aprendizado, mas o professor deve apontá-lo sempre para que a criança o corrija. "Não se pode esperar que o aluno descubra sozinho que errou", diz João Carlos. O construtivismo também faz correções, mas sempre considerando o desenvolvimento da criança.
Cópia
A criança deve contar com um ponto de partida para realizar suas próprias descobertas. Nesse sentido, o oferecimento de modelos de texto, por exemplo, é uma estratégia válida - desde que resulte numa atividade criativa, não numa cópia mecânica. O construtivismo rígido exclui o trabalho com cópias.
Papel do professor
Ele é o condutor do processo, atuando na zona de desenvolvimento proximal. Sua intervenção é direta, pois deve ajudar a criança a avançar. "Os alunos acham muitas coisas, mas não podem ficar no achismo", diz João Carlos. O professor sabe mais e deve sistematizar os conhecimentos.
Prátyica investe nas parcerias
Trabalhos em pequenos grupos facilitam o aprendizado, mas cabe ao educador acompanhar individualmente o aluno
No Colégio São Domingos, da rede particular, a orientação socioconstrutivista não determina uma didática rígida. "Vygotsky não dá receitas, mas propõe reflexões que orientam algumas críticas", diz o diretor pedagógico, João Carlos Martins. O objetivo geral é promover as intermediações do conhecimento e simular o avanço do aluno. Os conteúdos valorizam o universo social e histórico da criança, buscando-se a transformação de seus conceitos espontâneos em conceitos científicos. Veja alguns exemplos de atividades desenvolvidas na escola:
Trabalho em duplas

O professor explica um assunto e os alunos fazem discussões ou trabalhos em pequenos grupos, principalmente em duplas. O tamanho reduzido das equipes amplia as interações, facilitando o processo de aprendizado. Essas equipes podem ser formadas espontaneamente, mas podem também ser determinadas pelo professor. "O que se busca é exatamente o confronto de diferenças que levem a novas descobertas", diz João Carlos. "Não se trata de fazer trabalho em grupo para que todo mundo pense igual e produza a mesma coisa." Outro aspecto positivo do estudo em parcerias é o estímulo à autonomia. "Em cada trabalho com seus colegas os alunos caminham claramente de um nível de alta dependência do professor para a completa independência na formulação de hipóteses", afirma o diretor.
Assistência Individual

O professor acompanha cada aluno para auxiliá-lo na superação das dificuldades. "É quando se trabalha diretamente com o conceito de desenvolvimento proximal", explica João Carlos. "O professor precisa conhecer o desenvolvimento real da criança, mas não pode parar aí." É pelo auxílio direto, com explicações, pistas e sugestões, que o aluno avança, consolidando o desenvolvimento que era apenas potencial. No trabalho individual respeita-se a zona proximal de cada um, pois ela não é homogênea para todo o grupo.
Atividade de linguagem

Se a linguagem é o principal instrumento de intermediação conhecimento e corresponde ao desenvolvimento de uma linguagem interna, as atividades de fala, escrita e leitura ganham a maior importância.
 Os professores buscam então diversificar técnicas que enfatizem essas ações.
Uma delas são os textos sugeridos, em que o professor desafia o aluno a escrever a partir de diferentes modelos. "Pela análise das características estruturais um texto, as crianças devem criar suas histórias seguindo aquele padrão", diz João Carlos. Mas os textos livres também são estimulados.
Outra atividade é a roda da leitura, em que as crianças debatem suas interpretações. Uma das estratégias é o "conto e reconto", em que os estudantes ouvem uma história e devem recontá-la do seu ponto de vista

TEORIA DE VYGOTSKY E A AÇÃO DOCENTE
Vygotsky, assim como Piaget, defende a idéia de que a criança não é a miniatura de um adulto e sua mente funciona de forma bastante diferente. Esta compreensão tem grandes implicações para os professores porque nos obriga a compreender o aluno da forma com que ele é, e não da forma com que nós compreendemos o mundo.
Assim, para a formação docente é de vital importância o estudo das diferentes teorias do desenvolvimento de forma que nos permitam abordar o processo de ensino-aprendizagem do modo que o mesmo venha a responder às necessidades particulares da natureza infantil.
Tanto Piaget como Vygotsky pensam que o desenvolvimento do indivíduo implica não somente em mudanças quantitativas, mas sim, em transformações qualitativas do pensamento. Ambos reconhecem o papel da relação ente o indivíduo e a sociedade e, em Vygotsky é esta relação que determina o desenvolvimento do indivíduo.
Face a esse entendimento de Vygostky temos que nos perguntar, como professores, que tipos de ambientes de aprendizagem são mais adequados para gerar aprendizagens e favorecer o desenvolvimento da criança.
Vygotsky tem uma visão sócio-construtivista do desenvolvimento com ênfase no papel do ambiente social no desenvolvimento e na aprendizagem; a aprendizagem se dá em colaboração entre as crianças e entre elas e os adultos. Já, Piaget, coloca que a aprendizagem se produz pela interação do indivíduo com os objetos da realidade, onde a ação direta é a que gera o desenvolvimento dos esquemas mentais.
Colocando de outra forma, para Vygotsky a aprendizagem é produto da ação dos adultos que fazem a mediação no processo de aprendizagem das crianças.
Neste processo de mediação, o adulto usa ferramentas culturais tais como a linguagem e outros meios, e muito mais que ser um processo de assimilação e acomodação (Piaget), é um processo de internalização, no qual a criança domina e se apropria dos instrumentos culturais como os conceitos, as idéias, a linguagem, as competências e todas as outras possíveis aprendizagens.
Para ele, portanto, o desenvolvimento dos processos cognitivos superiores, é resultado de uma atividade mediada.
Mediador/a é aquele que ajuda a criança a alcançar um desenvolvimento que ela ainda não atinge sozinha. O/a professor/a e os colegas com maior experiência são os principais mediadores na escola.
Resumindo: Vygotsky nos fornece uma pista, sobre o papel da ação docente: o professor é o mediador da aprendizagem do aluno, facilitando-lhe o domínio e a apropriação dos diferentes instrumentos culturais. Mas, a ação docente somente terá sentido se for realizada no plano da Zona de Desenvolvimento Proximal. Isto é, o professor constitui-se na pessoa mais competente que precisa ajudar o aluno na resolução de problemas que estão fora do seu alcance, desenvolvendo estratégias para que pouco a pouco possa resolvê-las de modo independente.
É preciso que a Escola e seus educadores atentem que não tem como função ensinar aquilo que o aluno pode aprender por si mesmo e sim, potencializar o processo de aprendizagem do estudante. A função da Escola é fazer com que os conceitos espontâneos, informais, que as crianças adquirem na convivência social, evoluam para o nível dos conceitos científicos, sistemáticos e formais, adquiridos pelo ensino. Eis aí o papel mediador do docente.
O que me leva a perguntar agora: se esse postulado fosse bem compreendido, será que teríamos tantos problemas com a avaliação? Será que se houvesse a compreensão de que cabe ao adulto, ao professor, intermediar a aprendizagem do aluno naquilo que ele ainda não é capaz de resolver sozinho, a partir de estratégias que o levem a tornar-se independente, deixaríamos de ouvir tantos o aluno não aprende, eu dou a matéria mas eles não aprendem? E, como deveria ser o processo avaliatório baseado nesta função primordial da ação docente?
Ficam as perguntas para reflexão!







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